Direitos Autorais (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 )

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terça-feira, 24 de novembro de 2009

O QUE É A LIBERDADE?

O QUE É A LIBERDADE?


Krishnamurti

Muitos filósofos têm escrito sobre a liberdade. Falamos sobre liberdade — liberdade para fazer o que quisermos, para ter o emprego de que gostamos, liberdade para escolher uma mulher ou um homem, liberdade para ler qualquer livro, ou liberdade para não ler absolutamente nada. Somos livres, e o que fazemos com essa liberdade? Usamos essa liberdade para nos expressarmos, para fazer aquilo de que gostamos. A vida está se tornando cada vez mais permissiva — você pode fazer amor no parque ou no jardim.


Temos toda espécie de liberdade, e o que temos feito com ela? Pensamos que onde há escolha há liberdade. Eu posso ir à Itália ou à França: é uma escolha. Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que escolher? Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exata das coisas, não há escolha. Disso resulta uma ação correta. Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo, constitui um empecilho para a liberdade.

Nos estados totalitários não há liberdade alguma, pois eles têm a idéia de que a liberdade produz a degeneração do homem. Portanto, eles controlam, reprimem — vocês sabem o que está acontecendo.

Então, o que é liberdade? É algo que se baseia na escolha? É fazer exatamente o que queremos? Alguns psicólogos dizem que, se você sente alguma coisa, não deve reprimi-la ou controlá-la, mas deve expressá-la imediatamente. Jogar bombas é liberdade? — veja apenas a que reduzimos a nossa liberdade!

A liberdade está lá fora, ou aqui dentro? Onde você começa a procurar pela liberdade? No mundo exterior — onde você expressa o que quer que você queira, a tal liberdade individual — ou a liberdade começa dentro de você, para então se expressar inteligentemente fora de você? Compreendeu a minha pergunta? A liberdade só existe quando não há confusão dentro de mim, quando, psicologicamente, religiosamente, não há o perigo de eu cair em nenhuma armadilha — você entende? As armadilhas são inúmeras: gurus, sábios, pregadores, livros excelentes, psicólogos e psiquiatras — tudo armadilhas. E se estou confuso e há desordem, não preciso, primeiro, me livrar dessa desordem antes de falar em liberdade? Se não tenho nenhum relacionamento com minha mulher, com meu marido, ou com outra pessoa — porque nossos relacionamentos são baseados em imagens — surge o conflito, que é inevitável onde há divisão. Então, não deveria eu começar por aqui, dentro de mim, na minha mente, no meu coração, a ser totalmente livre de todos os medos, ansiedades, desesperos, e das mágoas e feridas de que sofremos por causa de alguma desordem psíquica? Observe tudo por si mesmo e livre-se disso!

Mas, aparentemente, nós não temos energia. Nós nos dirigimos aos outros para que nos dêem energia. Falando com o psiquiatra nós nos sentimos aliviados — a confissão e tudo o mais. Sempre dependendo de alguma outra pessoa. E essa dependência, inevitavelmente, causa conflito e desordem. Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade; precisamos começar com aquilo que está mais perto: nós mesmos. A grandeza da liberdade, a verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos quando a ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos.

Krishnamurti – Perguntas e Respostas – Ed. Cultrix

Vejamos o pensamento de outros filósofos:

SPINOZA


Para Spinoza, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente.
A liberdade suscita ao homem o poder de se exprimir como tal, e obviamente na sua totalidade. Esta é também, a meta dos seus esforços, a sua própria realização.

KANT
A liberdade que o homem deve aproveitar, em Kant, diz respeito à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. O livre arbítrio deve ser utilizado de forma pura para que não dependa de nada com relação à lei. Portanto a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.

LEIBNIZ


Para Leibniz, o agir humano é livre a despeito do princípio de causalidade que rege os objetos do mundo material.
A ação humana é contingente, espontânea e refletida. Ou seja, ela é tal que poderia ser de outra forma (nunca é necessária) e por isso, contingente. É espontânea porque sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é responsável por causar ou não uma nova série de eventos dentro da teia causal. É refletida porque o homem pode conhecer os motivos pelos quais age no mundo e, uma vez conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre.

SCHOPENHAUER


Para Schopenhauer, a ação humana não é, absolutamente, livre. Todo o agir humano, bem como todos os fenômenos da natureza, até mesmo suas leis, são níveis de objetivação da coisa-em-si kantiana que o filósofo identifica como sendo puramente Vontade.

SARTRE


Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.

PECOTCHE


Para Carlos Bernardo González Pecotche, a liberdade é prerrogativa natural do ser humano, já que nasce livre, embora não se dê conta até o momento em que sua consciência o faz experimentar a necessidade de exercê-la como único meio de realizar suas funções primordiais da vida e o objetivo que cada um deve atingir como ser racional e espiritual. Como princípio, assinala ao homem e lhe substancia sua posição dentro do mundo.

Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda.
— Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência

LAVAGEM CEREBRAL

LAVAGEM CEREBRAL.



Eu, que era tão eu...
Perdi minha identidade,
Nem sei mais quem sou...
Serei um fantoche?
Monumento etiquetado
Espectro de propaganda
Que paga para propagar?
Ser humano?
Nem sei se sou mais...
Serei um cartaz?
Que perambula pela vida
Procurando guarida
Nesta carcaça que fui eu.
Eu, que era tão eu...

domingo, 22 de novembro de 2009

OPRESSÃO


OPRESSÃO

Mau que machuca,
Que rasga,
que dilacera a alma.
Ferramenta dos carrascos.
Diminui o semelhante,
fingindo não perceber.
Muda o desejo humano,
Trava o  intelecto e
paraliza o saber.
Amordaça a vóz, e
Cala a consciência
Com a extrema obediência.
Opressão.
Choro do coração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CONSCIÊNCIA NEGRA.


CONSCIÊNCIA NEGRA.

Pesquisas geográficas dão conta, que, a Africa foi ligada continentalmente à Amaérica do Sul, em tempos remotos. O Brasil é portanto, irmão gêmeo da África.
Em tempos mais recentes, nós, os brasileiros, voltamos a missigenar a raça, com a mistura de: brancos, índios e negros, surgindo dai esta misselânea de raças que é nosso povo. O negro no entanto, por sua formação genetica, conservou os seus traços, com maior intensidade. Somos hoje mais de 40% de toda população brasileira.
Nossa mãe Africa tem uma influência acentuada em tudo o que se faz, o que se come, o que se veste no país. Nossas mulatas e seus balangandãs, são famosas no mundo inteiro, por sua beleza e elegância . Os rítimos africanos influenciaram sistematicamente em nossa cultura, deixando como legado: o nosso samba, a capoeira, ocandomblé etc.. O Brasil é afro.

Neste dia em que se comemora a CONSCIÊNCIA NEGRA, no ano de 2009, deixo nestas palavras, o meu orgulho e prazer de ser um mestiço de cor e negro de coração.

A PROCURA DE MIM.

A PROCURA DE MIM.


Sonhei que flutuava pelo espaço sem fim
Eu estava perambulando a procura de mim.
De longe via os planetas e todas as constelações
E tudo, era como se fossem filmes, minhas imaginações.
A terra coberta de branco, nada mais se via
O verde e o azul do mar se descoloriam.
O resto, turvo como noite, na imensidão do além
E eu, a procura de mim, não encontrei mais ninguém.

QUEM NOS RESPONDERÁ?

QUEM NOS RESPONDERÁ?


É preciso ver o que anda acontecendo com a engenharia no Brasil. Já estão ficando comuns as notícias de prédios que desabaram; pontes que ruíram; casas que afundaram. O que é isto meus senhores? Onde está a fiscalização do CREA sobre estas obras? Ou será que não podemos mais confiar neste conselho que sempre foi tão respeitado?

O que me deixa indignado é que se um pobre vai fazer um barraco em qualquer cidade do interior, principalmente de Goiás, ele é obrigado a ter o acompanhamento de um engenheiro. Agora me convençam que isto resolve alguma coisa!?

Dê uma olhada na espessura da ferragem daquelas imensas vigas do viaduto do acidente. Será que aquela malhazinha de ferro, agüentará o grande fluxo de veículos pesados que vá passar por aquela via? As vigas, que pesam 85 toneladas e têm 40 metros de comprimento. Elas não se agüentaram sozinhas!

Não se pode entregar para o uso público uma porcaria destas. O Ministério Público tem a obrigação de investigar e dar uma resposta a população. Aí serão consumidos milhares de milhões de reais do nosso dinheiro. Onde está o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo? Será que não viram a porcaria que está sendo construída para o uso da comuna? Aquelas porcarias despencaram de uma altura de aproximada de 20 metros e atingiram um caminhão e dois carros. Um deles ficou totalmente destruído. Três pessoas ficaram feridas. Ainda bem que não morreu ninguém. Já pensaram se estivesse passando por ali, um ônibus carregado de pessoas? São perguntas que merecem respostas. Quem nos responderá?....


VOCE É UM ALIENADO.

VOCE É UM ALIENADO.





Como não viver alienado no mundo moderno? Tudo nos leva a alienação. Exemplo disto é que são as coisas mais simples do cotidiano, por exemplo: deixamos de nos alimentar com sucos naturais saudáveis, para ficarmos na moda ingerindo Coca-Cola, ou coisa parecida que a mídia nos vende; deixamos de comer o nosso sagrado feijão com arroz e salada de verdura, para empanturrarmos nos Pit Dogs da vida, só porque o povo da América do Norte gosta disto. E assim vai acontecendo sucessivamente em nossa vida. Vivemos em função dos que os outros ditam, em todos os campos. Até a música que ouvimos é clicherizada. Os canais de televisão ditam o que vamos ouvir. A moda dita o que vamos vestir, e assim por diante. Nas Igrejas os pastores nos incitam com frases: “levantem as mãos”, fechem os olhos” “diga glória a Deus”, “Gritem mais alto!...”


Chega!.... Quero ser, eu mesmo!... Para ver e falar com meu Deus, eu olho para dentro de mim. Ele está aqui....

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PRELÚDIO DA VIDA

PRELÚDIO DA VIDA.


O homem é um ser de idéias próprias. Conforme vai vivendo, este homem, com o tempo, vai se alto definindo. O raciocínio humano é o que o difere dos outros animais. Sua capacidade de simbolizar tudo que o rodeia, proporciona-o, uma gama infinita de vocábulos, gestos, artes e costumes, que é denominada de cultura. Estes símbolos são passados hereditariamente, contribuindo para o enriquecimento constante da sociedade.

O homem, por isto mesmo, molda o seu perfil. Mas, depende muito, do meio onde vive. Muitas vezes ele é conduzido ou moldado a seguir idéias alheias. Não se pode esperar que um animal seja ele qual for, nascido e criado na Amazônia, seja capaz de sobreviver nas geleiras antárticas. Isto explica o dizer popular, que: “O homem é produto do meio”. Sim, concordo em tese, pois os costumes de que falamos no parágrafo anterior, pode nos trazer bons ou maus conhecimentos.

Desde muito cedo, somos induzidos a obedecer a ordens, sem termos o direito de opinar. Em nossa vivência somos levados a ideologias: religiosas, políticas e até mesmo de ordem social, que temam a nos alienar e amordaçar-nos proibindo-nos de expor as nossas críticas e quem sabe até, nossas teorias, que quiçá, poderiam até, se bem aceitas, tornarem conceitos benéficos de vidas. Como descreve Marilena Chauí em seu livro “O que é ideologia”, p 113 - : “a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é portanto corpo explicativo”.

Daí concluiu-se, que, através dela somos elitizados e alienados ao pensamento alheio. Não devemos levar sempre o nome de bonzinho principalmente em nosso trabalho, enquanto recebemos um salário de fome. Não devemos nos calar, diante da desigualdade social. Não devemos aceitar as formas desumanas de governos, a corrupção, os desvios de finalidades com o dinheiro público. Etc...

Enquanto jovens, não nos importamos, com o que nos possa acontecer no futuro. Este é o grande mau. Pois, ai é que teríamos de fincar bem as nossas raízes ou alicerces, para, com o trabalho e não o fazer, com conhecimento e não por hábitos, edificarmos uma vida tranqüila e planejada. Porém, só quando sentimos que o tempo disparou, ou seja, por volta dos 45 anos de idade, é que, damos conta do tempo perdido. Das grandes asneiras que comumente praticamos, e só ai, abrimos corrida contra este mesmo tempo, na busca de tentar amenizar o impacto da terceira idade. Ai vem os questionamentos: porque deixei de fazer isto? Porque fiz aquilo? O mais sensato a fazer no prelúdio da vida é manter um raciocínio próprio e equilibrado, sempre questionador. Mesmo quando se tem certeza da verdade, pois a verdade jamais será absoluta. O questionamento deve ser feito dentro de você, e só você, deve respondê-lo. Assim você demonstrará que é um humano. Homem de raciocínio próprio, sem se deixar levar por idéias alheias. Só assim você poderá ter o seu momento de paz consigo mesmo, na sua terceira idade.
Escrito por : Almir Ferreira
15/11/2009.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GATUNAGEM NO FUTEBOL

GATUNAGEM CONTRA O FUTEBOL DE PRIMEIRA
Amanheci envergonhado nesta quinta feira.

O juiz de futebol goiano Elmo Resende Cunha, marcou com uma nódoa negra o seu currículo. Foi muito feio o que ele fez contra o Sport do Pernambuco. Assisto futebol por assistir, não sou fanático, estou cada vez mais me enojando do esporte tão bonito de se ver, devido coisas como ocorreram ontem no Palestra Itália. Um assalto descarado, a favor do Palmeiras. Como pode um juiz validar um gol, depois de haver apitado um impedimento e a defesa haver parado. O goleiro Magrão, nem siquer foi na bola, pois, havia ouvido, assim como todo mundo ouviu, o apito do salafrário. Não dá para entender o que passou pela cabeça do goiano. Revendo hoje pela manhã pela internet as imagens da TV Bandeirantes é que fui avaliar o tamanho da desonestidade. O mundo todo ouviu aquele apito, e viu, através dos gestos do juiz levando a mão com o apito à boca. É inegável. O juiz goiano garfou o SPORT.

Parabéns ao Sport, que soube ser assaltado, e saiu de campo, sem arrumar encrenca com os jogadores do Palmeiras, que nada têm com o caso.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

DEDESSA


Em noites  destas chuvosas de setembro
brotou a flor dourada em nosso chão
focos azuis iluminaram a sua face
terna bondade se aflorou  do  coração.

Pele formosa, esbelto corpo feminino,
Este fio-fio que veio a descender de mim,
meiga  menina, deslumbrante silueta,
Bela quando pequena e muito mais bela assim.

É sempre bom tê-la em nossa companhia,
foi por voce que eu me tornei vovô,
É no entanto, duas vezes minha filha
por isto mesmo te quero com tanto amor.

MORDAÇA


MORDAÇA

Aniquila a alma
Fere no fundo o sentimento
Fragiliza a coragem
Cala o eco interior.
Diminui a alta estima
Escraviza o pensamento
Sufoca o grito de paz
Liberta o ódio e o sofrimento.
Mordaça filha do mau
Herdeira da maldade humana
Venda os olhos e tapa à boca
Da humanidade profana.

RESSURREIÇÃO


RESSURREIÇÃO


Neste retábulo onde é exposta ao sacrifício,
Dorme serena a cândida presa com amor
E nasce d’alma reflexos incandescentes
Neutralizando o teu grito e a tua dor.

Grita tu’ alma frente ao espectro imaginário
Ruge tua força na carcaça imolada.
Rompe caminhos nas entranhas do ocaso
E se alivia pondo fim nesta jornada.

Ranca as envoltas e seu corpo resplandece
Na transparência seu espírito é visual.
Frente aos incrédulos flutua rumo ao pai
Deixa este mundo, profano e desigual.

Todos perderam, o DEUS vivo nosso irmão,
Não vislumbraram cara a cara o teu sorriso.
Nestes meus versos mostro a dor que eu senti.
Mas, quero estar, com ele no paraíso.

O NASCIMENTO


 O NASCIMENTO


No horizonte o amanhecer.
Uma vida desabrocha.
Linda cabrocha
Dança em minha imaginação.
Atrás do horizonte clarão
Resplandecendo no chão.
No céu opacas estrelas
Fecundam minha razão
Com uma doce embriaguez.
No horizonte o amanhecer
Meu coração.
Outro ser.

PROPAGAÇÃO


PROPAGAÇÃO


Estrela que ilumina o meu caminho
Conduz-me pelos caprichos desagregados
De minha fértil imaginação.
Faz que tudo em minha volta
Soe como uma canção
Que propaga fluentemente
Sobre o meu EU.

PRESERVAÇÃO


PRESERVAÇÃO


Quero ver este mundo
De uma visão cósmica.
De bem longe...
Mirar...
Mirar o que há de melhor
Pelos sertões,
Caminhos,
Canções e tudo mais.
Ver no mundo, o seu fundo.
sem ferir seu futuro.

IMPOSSIBILIDADE


IMPOSSIBILIDADE

Trago em meu peito
Um forte sentimento
Que me atormenta
E meche com o meu interior.
Sentimento mudo.
Que dói como uma lança
A dilacerar-me.
Que me ceva a um mundo
Onde minha realização
É um impossível extremo.

MOMENTO


MOMENTO


Quando busquei a vida na razão,
Do muito me transformei.
Sem emoção,
Na vida que eu encontrei.
Busquei transformar-me no muito
Para me tornar razão.
Hoje sou eu.
Razão.
Vida.
Transformação.
Aprendi viver o muito
Na fração instantânea do momento.
Ver a vida de outro ângulo.
Em outra dimensão.
Olhei para dentro de mim
E ali estava eu
Em minha razão.

RAZÃO


RAZÃO

Minhas noites.
Meus momentos.
Meus dias difíceis.
Tormentos...
Minha vida de busca
Que me ofusca
E que às vezes me dá prazer
Mostrando-me em tudo que vejo
Uma razão para viver.

FUGA


FUGA


Preciso fugir da angústia.
Fugir da depressão,
Da paixão.
Da voz que clama
E me chama.
Dos versos brancos
Que a vida me faz escrever.
Preciso fugir...
Fugir do clarão do dia,
Da escuridão da noite,
Do frio das madrugadas,
Da insônia infinda.
Preciso fugir...
Fugir das peripécias
Que a vida me proporciona.
Ver com olhos infantis
As cores da vida.
Ver a natureza.
Olhar para o céu.
Contar estrelas.
Fugir da terra.
Aprofundar-me do espaço cósmico.
Deflagrar meu pensamento
Aos quatro cantos
Falar de seus encantos.
Amar sem medo,
Sem segredo,
Eu quero!...

LUAR COR DE PRATA


LUAR COR DE PRATA


Luar, luar.
Céu azul, tão azul...
Quanto ao mar.
A mancha negra de sobra
Feita de nuvem no céu.
Negro véu
Escurecendo a mata
Cobrindo o luar
Cor de prata.

'PARANÃ' ILHA GRANDE

'PARANÃ' ILHA GRANDE



As pedras sobressaem
Às quedas salpicantes das corredeiras,
No ajuntar das águas:
Do braço esquerdo e direito
Perfazendo a Ilha Grande.
Verdes águas do Paranã.
Águas profundas do Jaú.
Raseiras das Papa-Terras,
Do Acari, do Pacu.
Navegar silencioso,
Que corta as pedras
Que o atrapalha no seu curso
Até o Porto Real

LUZ


LUZ


Na fresta de luz que passa
Além da vidraça,
Aquece a copa.
Reflete o lilás
Que forra a cadeira.
Faz rachar a madeira
E me deixa incapaz.
Meu raciocínio se fecha
Pela poluição sonora,
Pelo calor que aflora
E o deflora
Pela fresta de luz
Que com a lente redobra
E me seduz.

NÃO SEI


NÃO SEI


Por onde busco a canção
A rima, a imaginação,
Não há caminho.
São labirintos
Que apenas os instintos
Podem-me conduzir.
De onde vem esta busca
Eu também não sei.
Para onde tende a saga verei.
No desembocar do rio,
Na maré que se quebra,
No talhado da serra,
Na flor que perfuma,
Na trilha que sigo
E me ruma
Ao infinito.

MEU TEMPO

MEU TEMPO.



Sombras que ocultam
Os reflexos de minha mente,
Sopram frias,
Levando-me a flutuar.
Flutuo...
Flutuo e espero
O meu tempo.
Que o vento não leva
E não nega,
O direito de minha razão.
Meus reflexos,
São o meu modo de ver o meu EU
No simples viver.

PRECE ECOLÓGICA


PRECE ECOLÓGICA

SENHOR...
Pai do mato verde.
Pai do rio, da serra.
Pai dos homens de paz
E daqueles que fazem a guerra.
SENHOR...
Que acende o sol.
Que dá brilho na lua.
Que faz crianças felizes
E infelizes de rua.
SENHOR...
Dos maltrapilhos
Dos ricos e afortunados.
Dos que se lambuzam de mel,
Ou, de fel são lambuzados.
SENHOR...
Este pobre ser que a tudo vê,
Sem ter força nem razão,
Abrandai o mundo e seu povo,
Peço-lhe nesta minha prece,
Escrita com o meu coração.

AMANDAR



AMANDAR

Quem ama a menina AMANDA
Demanda a manha da menina amada.
Amada como a menina AMANDA
Só a pessoa por AMANDA amada.
Quem ama os brotos de AMANDA
Ama AMANDA também.
Conquista os que amam AMANDA
E de AMANDA o querer bem.

CIDADÃO DO PASSADO


CIDADÃO DO PASSADO

Minha vida é cheia de alterações.
Sou simples.
Descomplicado.
Às vezes implacável
Em minhas opiniões.
Prefiro ouvir que falar.
Canto às vezes para não chorar.
Finjo ser feliz, muito embora,
Sinta-me totalmente triste.
Contento com o pouco.
A abundância enfada-me.
Sofrimentos alheios ferem-me.
Gosto de fazer
Que os outros sejam felizes,
Mesmo que me custe caro.
Sou um cidadão comum
Do século passado.

POETE


POETE


A sabedoria poética é ciência
Que não se conquista.
Nasce.
Cresce.
Desenvolve-se.
Sabedoria poética é dom.
É glória.
É harmonia.
É meta
São versos do poeta.

O RIO


RIO


Enfadonho curso.
Navegar calmo.
Devagar.
Liso.
Livre.
Quedas salpicantes.
Tororó.
Borbulha e desce
Em seu navegar.
Só...
Traçando curvas.
Cortando montanhas.
Desenhando caracóis
Por planícies e florestas.
Matando a sede.
Banhando donzelas
E as sujeiras do mundo.
Extenso...
Rumo ao mar.
Medonho navegar.

ESCRITA


ESCRITA


Voz do coração
Bem pronunciada.
Autêntica escrita cefálica,
Que gravam coisas divinas de belezas literárias.
Que me ensina
A ler o meu interior.
Que me faz descansar.
Que espalha dentro de mim
Riquezas sem fim,
Por onde circulam
Baluartes implacáveis,
Mas, que enriquecem meu ser.
Que me ensinam a retirar de tudo,
Um delicioso prazer.

VENTANIA


VENTANIA


No telhado
Sibila o vento.
Lá fora, relento.
Sem dialogar, ouço o seu soprar.
Invisível tormento.

No telhado, sibila sedento,
O vento.

CARISMA


CARISMA


Por mais penosa
Seja sua dor,
Prossiga...
O sofrimento purifica-o
Mostrando a força suprema.
A vida o espera.
Lute!...
Confiança em si,
Em tudo que você possa fazer.
Sem pessimismo.
Não deixe que abismos
O faça esmorecer.

PROCURA-SE UM LAVRADOR


PROCURA-SE


“Procura-se um lavrador”.
Em breve veremos este anúncio.
Onde foram estes bravos homens?
Correram em sua maioria,
Para as periferias
Das grandes cidades,
Levados pela maldade
Do latifúndio cruel
Montados por empresários
Ricos, milionários,
Que a terra nunca amanhou.
Que a torna improdutiva
Somente para especulação.
Retiram dali as famílias:
Lavradores, mulheres.
Prostituem suas filhas.
Obrigam-nos a emigrar
Não se sabe para onde.
“Procura-se um lavrador”
Deixe-o ceifar o chão!

HOMEM DA TERRA


HOMEM DA TERRA


A terra acolhe a semente
Em seu colo fértil
Fazendo-a germinar.
A chuva afável
Cai de mansinho, regando-a.
O homem colhe o fruto do seu suor.
A NATUREZA
Abri-lhe as portas com amor.
Este homem rude
Que não leu,
Com seus instintos aprendeu
A ceifar o chão.
Não cerque seus campos
Com o cipó de ferro.
Não o escorrace da plantação.
Ali é seu trabalho.
Esta é sua profissão.
Sua maneira honesta
De ganhar o pão.

MEU CONSELHO


MEU CONSELHO


Se sonhares...
Faça que o teu sonho seja de paz.
Não permita aos teus instintos
Conduzir-te por caminhos
Enveredados da maldade.

Se pensares...
Deixe teu pensamento livre.
Esta liberdade
Só fixará coisas boas,
Fazendo de tu:
Homem de bem,
Amante da vida,
Grande ser Humano
Também.

ORAÇÃO PERDIDA


ORAÇÃO PERDIDA


Ave Maria dos peregrinos
Que choram por um pedaço de pão.
Que perambulam pelos caminhos,
Sem teto, sem afeto,
Sem descanso,
Sem um pedaço de chão,
Onde possa semear.
Onde possa ter sossego
E ver o seu filho brincar.

Ave Maria dos aflitos.
Dos loucos desamparados
Que circulam maltrapilhos
Nos acostamentos jogados.
Que carregam grandes fardos
Cumprindo o destino seu.

Ave Maria dos afortunados
Dos ricos dos abastados,
Que nesta vida não sofreu.
Ave Maria cheia de graça
Rogai por nós peregrinos,
Aflitos e abastados
Agora e sempre
A DEUS.

FLOR


FLOR


As flores brotam do chão
Na aridez dos campos
No caule débil o botão
Desabrocha em mil cores.

As flores perfumam a vida
Alimenta o beija-flor.
Com sua abundância contida
Simboliza o amor.

Flor é jovem perfumada
Eterna namorada
De casais apaixonados.

Beleza vinda do nada
Exala na madrugada
Para um amanhecer perfumado.

MEU ESCRITO


MEU ESCRITO


Nos meus reflexos
Perco-me.
Reencontro-me nos meus versos.
Palavras que fluem da mente
Sem maldade.
Inocentes.
Conexas, porém modestas.
Sinceras deveras.
Penetrantes, porem, amantes.
Descrevo solto.
Livre.
Tão livre que não tenho regras.
Descrevo o que penso.
Que não é débil.
É fértil.
Diferenciado.
Liberado.
Às vezes chato,
Mas, foi à maneira que eu aprendi,
A reencontrar-me.

SILÊNCIO


SILÊNCIO


É madrugada.
O silêncio é meu único parceiro.
Não quero dormir
Para sentir melhor a vida.
Eu gosto de viver.
Viver intensivamente.
Sentir a cada minuto,
As mudanças e transformações.
As alegrias e ilusões
Que posso ter.
Embriago-me em pensamentos.
Lembranças...
Herança de uma dor sem fim
Que rumina dentro de mim
Expondo minha razão
Machucando o meu coração.

MEDO


MEDO

Há em cada um de nós
Uma força invisível
Que oprime o consciente
Nos desejos maiores,
Abafando o grito
Emudecendo a voz
Escravizando a mente.

EXPOSIÇÃO


EXPOSIÇÃO


No meu silêncio
Há um quê de grito.
Na confusão de minha mente
Afloram palavras cadenciadas
Surgidas do nada.
Em minhas meditações
Agrupo-as.
E neste prélio cotidiano
O meu silêncio vira arte
E ecoa...
Para não me magoar.

A ESCRITA


A ESCRITA


Se eu gritar
O eco da minha voz
Não será por todos ouvido.
Se me ouvirem, jamais me entenderão.
Prefiro comunicar-me
Com a mansidão de minha pena
Imprimindo meu pensamento em tinta
Para a posteridade.

PRECONCEITO GLOBAL



Fiquei surpreso quando vi na Internet, especialmente na UOL, que o programa do FAUSTO SILVA havia demitido a apresentadora ADRIANA COLIN, que a mais de 7 anos vinha trabalhando ao lado daquele apresentadora global. Mas, a minha surpresa maior foi os motivos que levaram a aquela demissão, a idade da linda mulher, ou seja, os seus 42 anos. Não dá para acreditar que em plena luta contra as diferenças, já no século XXI, um animal acha que a pessoa envelhecendo, perde a capacidade de trabalhar. Pois na verdade, é justamente ao contrário. A pessoa, quanto mais idosa, mais competente, pois a experiência fala mais alto. E se por outro lado, for questão de aparência, não deviam ter contratado o próprio apresentador, que é gordo desconjuntado, e fala asneira o tempo todo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A NATUREZA é “DEUS”


A NATUREZA


A natureza é “DEUS”
EM SUA PLENITUDE.
Se o réptil rasteja
É porque rastejando
Torna-se mais fácil
Pegar sua presa.
Se a ave voa
É porque seu alimento predileto:
O inseto,
Também tem a mesma capacidade.
Além disto, a ave é responsável.
Pela repovoação da espécie vegetal
Nas florestas.
O peixe nada e purifica a água
Retirando da mesma suas impurezas.
O veado é veloz em seu galope
Com seus saltos ritmados
Foge defendendo-se
E buscando em outros campos
As gramíneas
Sendo assim alimentado.
O homem é o demônio.
Com sua matança desenfreada
Faz a beleza de “DEUS”
Virar pó.
Virar nada...
Desequilibra seu próprio habitat
Com sua gula desmarcada.
Depreda o rio,
O mar,
Polui o ar,
Assassina o indefeso animal,
Tira a vida por prazer
Esquecendo que todo ser vivente na terra
Sente a mesmo dor, quando ferido,
E faz parte do eco-sistema.
Nada foi posto no mundo à-toa.
Torna-se desprezível
Este ser que costumamos chamar de homem,
Que não respeita o direito de seu próprio semelhante.
Este ser que, embora sabendo,
Estar contribuindo
Para esterilidade da terra,
Continua com seus desmandos,
Desrespeitando a NATUREZA
Que é “DEUS”
Em sua plenitude.
Este ser que usa sua inteligência
Para fazer o mal.
Que constrói a bomba
Ao invés de vacina.
Que produz com sua manipulação
Gazes venenosos
Que intoxicam a humanidade.
Mata a árvore.
Queima o campo
E perdura na sua impunidade.

Fico imaginando um mundo
Em que não exista este ser.
Onde os demais seres
Possam viver.
Correr pelas pradarias.
Voar livres em bandos
E gozar da plenitude da NATUREZA.
Poderem contemplar a beleza
A sapiência do CRIADOR.
Sentirem o perfume da flor.
Ver reluzir,
Nos primeiros raios solares
Os pingos de orvalho
Que despencam das folhas.
Viver, sem esta barulheira infernal
Que este irracional animal
Faz ecoar pelos ares.
Restaria pouco se isto acontecesse.
Não estaríamos aqui para ver.
Mas, de onde eu estivesse, vibraria
Por saber que a semente germinou
Sem alguém que a pisasse.
Que o campo amarelou em agosto
Mas, o fogo não foi ateado.
Que a árvore cresceu
E não cedeu seu tronco ao moto-serra.
Que a mata floresceu.
O paraíso voltou a existir
Sem Adão nem Eva
Para infringir
O que a NATUREZA recompôs.

Não existirá extinção de espécie
Porque a NATUREZA é sábia.
Tão sábia que produziu
Tanto material valioso
Que o ser profano usou
Para sua autodestruição.
Ouro, diamante, pérolas...
Riquezas sem fim.
Petróleos, minérios das mais variadas espécies...
Que se bem usados, dariam conforto,
Paz, saúde e prosperidade.
Mas, ELA a NATUREZA,
Ressuscitará das cinzas
Pois tem o tempo a seu favor
Fazendo desta terra
Que por mais que eu grite
Para defendê-la
Meus gritos não passam de sussurro
Nos ouvidos tapados
Daqueles animais profanos.
Raça da qual sou espécie.
Mas, envergonho-me de o ser.
Pois me proíbem sempre de ver
A NATUREZA
Que é “DEUS” em sua plenitude.




CHUVA DE JANEIRO


CHUVA DE JANEIRO


São chuvas de janeiro.
São pingos aprumados
Que caem, rumo certo, ao chão,
E vem regrar o coração
Do homem que espera
Da sua lavoura o sustento.
Dar um descanso ao jumento,
De sua indumentária de carga
Cangalha alçada e tambor.
São chuvas de janeiro
Que vêm sem trovões
Alegrar os corações
Dos sofridos sertanejos.
Chuva que enche o riacho.
Que faz arroz soltar cacho.
Que alisa o pêlo do macho,
Montaria do patrão.
Que abre sulco no chão.
Rende água da cacimba
Enriquecendo o sertão.

OBSCURIDADE

OBSCURIDADE


A noite cai.
O silêncio predomina.
Meu pensamento vagueia
Em direções diversas.
Medito...
Mil coisas retratam-se
Em minha mente.
Vôo para o futuro
Ou mergulho no presente
Buscando talvez o passado.
É melhor recordar...
Tempos bons sempre foram,
Os que se foram.
Porque é impossível
Avaliar o presente
Ou ter-se uma certeza
De alguma beleza no futuro.
É como caminhar
À noite, no escuro.

CHUVAREU


CHUVAREU


O vento sopra
A árvore balança.
O canudo de poeira,
Levanta rumo ao céu.
O pássaro, agarrado a galha,
Equilibra, naquele “vai e vem”,
Com as asas semi-abertas.
O urubu plaina
Açoitado pelo vento
Rumo à pedreira,
Onde é seu lar.
Cá... O vento sopra,
Zunindo no telhado.
As nuvens correm.
A chuva deita em pingos declinados,
Tentando entrar pela janela.
O relâmpago corta o céu.
O trovão ribomba.
A Mariposa assanha.
A lavoura ganha.

PESCADA NO RIO DAS PEDRAS

PESCADA NO RIO DAS PEDRAS

Na sombra da noite

Sons estranhos.
Os pirilampos criquilam
Em dueto ao coachar dos sapos.
Na ribanceira,
Como opereta tocada
Por exímia orquestra.
Os peixes batem.
O curiango agoura
Enquanto o som estridente
Do “Rasga Mortalha”
Quebra o ritmo de tudo.
A lua pálida,
Acanhada,
Mostra o rosto aqui e acolá,
Por entre as nuvens carregadas.
As trovoadas de setembro
Anunciam as primeiras s’águas.
Aqui estamos
Privilegiados em presenciar
Quão grande transformação e beleza
Como expectadores
Meros e gratuitos.