Direitos Autorais (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 )

Todo os escritos aqui editados, são devidamente registrados e fazem parte de obras deste autor. Voce poderá, no entanto, copiar e reproduzir, desde que mencione a fonte.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

LOUCURA.

LOUCURA



A loucura é próxima da sabedoria.
O que é muito sábio,
pode ser quase louco.
É preciso equilíbrio
para andar entre:
a loucura e a sabedoria.
Sábio é aquele que diz,
o que os outros, não querem dizer.
Ou não sabe, como dizer.
O sábio arrisca-se flutuando,
entre a sabedoria e a loucura
narrando, para a história,
peripécias daquele extremo.
Comparando o mau maior,
com o bem supremo.
Falando de coisas, que só a ele são claras.
Mostrando para o mundo,
talvez, as suas falhas.
Adorando a beleza,
sorrindo a feiura,
na sua sabedoria,
prestes a virar loucura.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

DEPRESSÃO


DEPRESSÃO


Escondi-me, dentro de mim,
para não encontrar-me.
Eu não me vi.
Falei,
e não me ouvi.
Meu coração, parou
para não se denunciar.
Vi a todos me procurando
na esperança de me encontrar.
Eu estava ali.
Naquela escuridão.
Dentro de mim,
Só...
Em meio a multidão.

SAUDADE


SAUDADE


Saudade...
Este sentimento mudo
que percorre o meu corpo
como um maremoto.
Sentimento que abafa o meu soluço,
penetrando nas entranhas,
do meu coração.
Sentimento, que me faz sorrir
quando da minha tristeza,
e chorar ao sentir compaixão.
Saudade...
Viagem no tempo
De lembranças vagas,
que o coração revela
e faz adormecer o cérebro
para nos perder no passado,
embebidos em nepentes,
da imaginação.
Sentir saudades,
é pensar com o coração.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

LITERATURA DE CORDEL


CORDEL DO FORRÓ

SIRIEMA PIOU NA ESTRADA
CAVALEIRO RODOU NO ARREIO.
A MENINA QUE EU TAVA DE OLHO
NÃO ME QUER ME BOTOU NO ESCANTEIO
SANFONEIRO SEGURA ESTE FOLE
QUE A POEIRA JÁ VAI LEVANTAR

A FIGURA QUE DANÇA COMIGO
ESTA DOIDA PRA ME NAMORAR


ZABUMBEIRO SEGURA O COMPASSO
E NÃO DEIXA A PETECA CAIR
QUERO VER GIRIPOCA PIANDO
ADRIANOS NO ESPAÇO EXPLODIR
CAPANGUEIRO ME COMPRA ESTA PEDRA
MAS, EU QUERO O DINHEIRO AGORA
SE ESTA MOÇA ME PASSAR A TABOCA
DESTA TERRA EU JÁ VOU EMBORA.


SE FOR VENTO NÃO É TEMPESTADE
SE TROVÃO, NÃO É CHUVA NEM NADA
SE A MOÇA É BONITA EU DENGO
SE É FEIA EU LARGO NA ESTRADA.
PINGA BOA NÃO QUEIMA A GARGANTA
CAPOEIRA NÃO É CERRADÃO
EU JÁTIVE AMORES NA VIDA
MAS, NÃO TENHO NENHUMA PAIXÃO.


A MENINA QUE TENHO NOS OLHOS
MINHA MÃE QUE ME PRESENTIOU
É POR ISTO QUE EU AMO A MENINA
QUE DURANTE UMA VIDA ME AMOU
E AMANDO EU VOU PELA VIDA
SANFONEIRO SEGURA O FORRÓ
QUE A MENINA ME OLHA E ME DENGA
E EU NÃO DOU NEM UM PONTO SEM NO.

OS ÓRFÃOS DO ARTIGO 6º


OS ÓRFÃOS DO ARTIGO 6º


O homem é um ser gregário. Desde os primórdios da humanidade, ele vem se adaptando e se aperfeiçoando, na busca de uma sociedade perfeita.

A facilidade, das comunicações e a tecnologia implementada no decorrer do Século XX, desestabilizaram a forma de segurança que sempre havia sido administrada na sociedade de forma geral, gerando um aumento brusco da criminalidade em todos os níveis no mundo. Muito tem se discutido a esse respeito em seminários, congressos etc., porém, não se tem chegado a um consenso.

Ao estudar a disciplina de Direito Constitucional, no meu curso de Direito, deparei com o Art. 6º da Constituição de 88. “ São Direitos Sociais: A educação, a Saúde, O Trabalho, O lazer, A Segurança, A Previdência Social, A Proteção à maternidade e à infância, A Assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Aqui, está a raiz, deste mal, que nos preocupa e consome preciosos estudos de centenas de cientistas de todas as áreas. Desde 1919, já haviam previsto que esta seria a única forma de evitar o avanço da criminalidade . Porém, não foi o bastante, somente a inserção na Carta Magna, desses dispositivos legais, no referido artigo 6º, seria necessário colocar em prática tudo aquilo.

O aumento da criminalidade vem fazendo com que o ser humano se distancie de seu semelhante, isolando-se em condomínios fechados, buscando a segurança pessoal, através de guarda-costas, investe-se em carros blindados, como se isso fosse, o pior dos males e a mais temível das feras da terra. Ninguém confia em ninguém. Chegaremos a um ponto de não trocarmos uma só palavra com quem não conhecemos. O futuro dos homens, se não houver uma mudança radical na perniciosa evolução, é de se voltar a conviver somente com os seus familiares, como fora o costume pré-histórico. Viveremos em amontoados humanos, sem nos conhecermos mutuamente. Comunicaremo-nos pela Internet, e não mais haverá aquelas tardes de bate-papo com os amigos em bares ou similares. Estamos perdendo a capacidade de viver em grupo, a nossa solidariedade tão necessária, à convivência, está se esvaindo. O lazer seria um campo do direito social, pelo qual, propiciaria uma oportunidade a nós mesmos, de convivência uns com os outros, mas, a falta de segurança, nos faz ter medo, de nos proporcionarmos tudo aquilo de que tanto precisamos.

Teremos que ir a luta. Brigar pelos nossos direitos sociais constitucionais. Somente eles poderão a longo prazo, dar um retrocesso na galopante fúria humana rumo à criminalidade, que cada vez mais, contamina a juventude, formando assim, um plantel de seres violentos, que atuarão em um futuro negro, muito breve.

Não poderemos nos curvar diante destas barreiras. Temos a obrigação de lutar, para mudar esta cultura nefasta, que cresce dia a dia em todos os cantos do mundo. Teremos que buscar os responsáveis, pressionar o Governo, os parlamentares, bem como os Membros do Ministério Público, para que juntos cumpram e façam cumprir a Constituição . A segurança não deve ser um projeto de resultado imediato, mas a longo prazo, com certeza colheremos frutos, se hoje semearmos. Se não começarmos agora, nunca a concluiremos e continuaremos a mercê das organizações criminosas, que recrutam “mão de obra barata” nas periferias das cidades, onde estão presentes “os órfãos, do Artigo 6º”.

UMA CRIANÇA.


UMA CRIANÇA.

A criança sorria

A criança corria
Chorava,
mas, crescia.
A criança esperava
A criança aprendia
Ela se amava.
Os traços a marcaram
Poliram sua imagem
O que outrora era riso
Não passava de bobagem.
Não se viu mais a criança
Que no tempo se perdeu
Esculpiu-se num adulto
Esta criança, sou eu.

TERAPIA DA ALMA.

TERAPIA DA ALMA.





Dentro de mim, há um vazio...

Neste vazio, um ponto negro bem no centro. Eu Estou ali.

Olho para os lados e só consigo ver a brancura deste vazio, que é como se fosse neve. Por mais distante que seja o imaginável horizonte, ele também tem a brancura do vazio e se confunde com esta brancura.

Minha alma, que também tem a mesma brancura, se desagarra de mim e vaga pelo vazio procurando encontrar outro ponto de referência que não eu. Fico desalmado a contemplar aquele voou perdido pela brancura do vazio. Não encontrando nada ela volta e se apossa novamente de mim. Ao ser possuído por ela, passo a atrair a brancura do vazio que penetra-me pelas órbitas oculares e aos poucos me torno tão branco como a brancura do vazio. Não mais me vejo, somente me imagino.

Ao familiarizar-me com a minha brancura, vejo que existem outras imagens tão brancas quanto a mim. E elas são centenas de milhares. Não falam, assim como eu, porque contemplam a brancura do vazio. Não ouvem porque não existe som. Não conseguem se verem, porque a brancura do vazio não as deixa propagar sua imagem. Mas elas existem e eu as sinto próximas a mim. E eu estou aqui... Procure-me neste vazio que haveremos de nos encontrar. Procure-me... Procure-me...

Por Almir Ferreira

04/06/02.

ANGÚSTIA


ANGÚSTIA


Agoniza em meu intimo, uma dor infinda,
Que me aniquila e faz desfalecer meu ego.
Como poderei compreendê-la
Se não conheço sua causa.
Ela dói, uma dor abafada,
Trazida pelo nada.
Sem motivo, sem razão,
Mas, fere o meu coração.
Nas noites, perturba o meu sono.
Nos dias, tira a minha paz.
Só eu sei, do que esta dor é capaz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

AGRADECIMENTO


AGRADECIMENTO
Oh meu Senhor, venho te agradecer, pelo muito que tenho recebido.

Sinto-me tão pequeno frente a sua magnitude, falo tão baixinho
Mas, mesmo assim, me escutas e me atendes.
São milhões, os clamores do mundo,
Porém, aquele que clama com o fervor da alma, é sempre atendido.
Obrigado meu Senhor, pelo dia, pela noite, pela beleza do universo.
Pelo meu sono tranqüilo, por vê-lo sempre velando por mim.
Continuarei pedindo-te, pois, não tenho mais a quem recorrer.
Estarei sempre agradecido, agora e sempre até morrer.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O 'DEUS' QUE EU APRENDI.



O 'DEUS' QUE EU APRENDI.

Ensinaram-me que há um DEUS.
Eu acredito neste DEUS.
Não me conformo apenas com a forma que o usam.
Este DEUS que eu aprendi
É manso, bondoso e compreensivo,
Não cobra nada, nem exalta quando é caluniado.
É alegre, confiante e simples.
Não é chegado ao luxo nem a luxúrias.
As coisas desse mundo não lhes interessam.
Apenas a alma tem valor de cotação no seu mercado.
Não precisa de riquezas
Porque tudo que existe aqui, já é dele.
Inclusive você!
Quando quiser agrada-lo,
Cale-se.
Medite.
Fale com ele.
O seu silencio, é a melhor forma
Para ele te ouvir.
Acredite.
DEUS está dentro de você.
Não o procure fora
Pois não o encontrará.

O QUE PROCURO.


O QUE PROCURO.

Caminho com os pés nus
Semblante firme
Esperançoso.
Sou viageiro sem rumo
Busco no horizonte
O que procuro.
Em meu silencio
Há sempre um grito
E neste grito
Que ecoa do meu silencio,
Frases se desabrocham
E o pensamento voa
Pelo mundo sem fim.
Neste emaranhado de letras
Passo minhas angustias
Meus pesadelos
Os meus apegos
Minha vontade de ver,
De aprender, para ensinar,
De uma maneira peculiar,
A forma simples de viver.

PASSATEMPO.


PASSATEMPO.


Minha vida é cheia de segundos litológicos
Ainda bem que são apenas segundos.
No mais tenho a mente fértil
Tão abundante que desperdiço
A maior parte do que ela me oferece.
Sou iluminado.
Posso criar o quanto eu quiser.
Cada coisa que escrevo
Faço-o com o coração
Tentando deixar uma mensagem boa.
Gosto de ser feliz e fazer os outros felizes.
A tristeza me enoja.
Ela sim, me dá afasia.
Detesto gente amarga.
Para que amargura
Se isto aqui é apenas um passatempo...

AVISO FINAL.



AVISO FINAL. Queimaram a mata
Desnudaram o chão
O chão virou deserto
E a mata virou carvão.
Fumaça é o que se vê
No horizonte da terra
Morrem crianças famintas
Como se fosse uma guerra.
As estrelas já não brilham
Nem sei se existirão
Queimaram o mundo com fogo
E desnudaram o chão.
A semente não germina
A água não corre mais
O homem provou para mundo
Do que sua mão é capaz
O câncer comeu a carne
A chaga o coração
Queimaram o imo da terra
E desnudaram o chão.

PERDÃO


PERDÃO

Semeeis a semente boa em terra fértil
E não decepcionareis, quando esta germinar.
Sempre colhemos o que plantamos.
Se a semente é boa a safra também o será.

Não coloqueis a maldade em vosso olhar
Vossos olhos são a porta do vosso coração.
Sejais amáveis no falar
Assim calareis seu interlocutor sem agredi-lo

Se por ventura não fordes compreendido
Procureis voz aceitardes a rejeição de vossa proposta.
É sábio aquele que se compreende
E busca, dentro de si, calar os incompreensivos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O QUE É A LIBERDADE?

O QUE É A LIBERDADE?


Krishnamurti

Muitos filósofos têm escrito sobre a liberdade. Falamos sobre liberdade — liberdade para fazer o que quisermos, para ter o emprego de que gostamos, liberdade para escolher uma mulher ou um homem, liberdade para ler qualquer livro, ou liberdade para não ler absolutamente nada. Somos livres, e o que fazemos com essa liberdade? Usamos essa liberdade para nos expressarmos, para fazer aquilo de que gostamos. A vida está se tornando cada vez mais permissiva — você pode fazer amor no parque ou no jardim.


Temos toda espécie de liberdade, e o que temos feito com ela? Pensamos que onde há escolha há liberdade. Eu posso ir à Itália ou à França: é uma escolha. Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que escolher? Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exata das coisas, não há escolha. Disso resulta uma ação correta. Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo, constitui um empecilho para a liberdade.

Nos estados totalitários não há liberdade alguma, pois eles têm a idéia de que a liberdade produz a degeneração do homem. Portanto, eles controlam, reprimem — vocês sabem o que está acontecendo.

Então, o que é liberdade? É algo que se baseia na escolha? É fazer exatamente o que queremos? Alguns psicólogos dizem que, se você sente alguma coisa, não deve reprimi-la ou controlá-la, mas deve expressá-la imediatamente. Jogar bombas é liberdade? — veja apenas a que reduzimos a nossa liberdade!

A liberdade está lá fora, ou aqui dentro? Onde você começa a procurar pela liberdade? No mundo exterior — onde você expressa o que quer que você queira, a tal liberdade individual — ou a liberdade começa dentro de você, para então se expressar inteligentemente fora de você? Compreendeu a minha pergunta? A liberdade só existe quando não há confusão dentro de mim, quando, psicologicamente, religiosamente, não há o perigo de eu cair em nenhuma armadilha — você entende? As armadilhas são inúmeras: gurus, sábios, pregadores, livros excelentes, psicólogos e psiquiatras — tudo armadilhas. E se estou confuso e há desordem, não preciso, primeiro, me livrar dessa desordem antes de falar em liberdade? Se não tenho nenhum relacionamento com minha mulher, com meu marido, ou com outra pessoa — porque nossos relacionamentos são baseados em imagens — surge o conflito, que é inevitável onde há divisão. Então, não deveria eu começar por aqui, dentro de mim, na minha mente, no meu coração, a ser totalmente livre de todos os medos, ansiedades, desesperos, e das mágoas e feridas de que sofremos por causa de alguma desordem psíquica? Observe tudo por si mesmo e livre-se disso!

Mas, aparentemente, nós não temos energia. Nós nos dirigimos aos outros para que nos dêem energia. Falando com o psiquiatra nós nos sentimos aliviados — a confissão e tudo o mais. Sempre dependendo de alguma outra pessoa. E essa dependência, inevitavelmente, causa conflito e desordem. Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade; precisamos começar com aquilo que está mais perto: nós mesmos. A grandeza da liberdade, a verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos quando a ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos.

Krishnamurti – Perguntas e Respostas – Ed. Cultrix

Vejamos o pensamento de outros filósofos:

SPINOZA


Para Spinoza, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente.
A liberdade suscita ao homem o poder de se exprimir como tal, e obviamente na sua totalidade. Esta é também, a meta dos seus esforços, a sua própria realização.

KANT
A liberdade que o homem deve aproveitar, em Kant, diz respeito à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. O livre arbítrio deve ser utilizado de forma pura para que não dependa de nada com relação à lei. Portanto a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.

LEIBNIZ


Para Leibniz, o agir humano é livre a despeito do princípio de causalidade que rege os objetos do mundo material.
A ação humana é contingente, espontânea e refletida. Ou seja, ela é tal que poderia ser de outra forma (nunca é necessária) e por isso, contingente. É espontânea porque sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é responsável por causar ou não uma nova série de eventos dentro da teia causal. É refletida porque o homem pode conhecer os motivos pelos quais age no mundo e, uma vez conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre.

SCHOPENHAUER


Para Schopenhauer, a ação humana não é, absolutamente, livre. Todo o agir humano, bem como todos os fenômenos da natureza, até mesmo suas leis, são níveis de objetivação da coisa-em-si kantiana que o filósofo identifica como sendo puramente Vontade.

SARTRE


Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o Nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.

PECOTCHE


Para Carlos Bernardo González Pecotche, a liberdade é prerrogativa natural do ser humano, já que nasce livre, embora não se dê conta até o momento em que sua consciência o faz experimentar a necessidade de exercê-la como único meio de realizar suas funções primordiais da vida e o objetivo que cada um deve atingir como ser racional e espiritual. Como princípio, assinala ao homem e lhe substancia sua posição dentro do mundo.

Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda.
— Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência

LAVAGEM CEREBRAL

LAVAGEM CEREBRAL.



Eu, que era tão eu...
Perdi minha identidade,
Nem sei mais quem sou...
Serei um fantoche?
Monumento etiquetado
Espectro de propaganda
Que paga para propagar?
Ser humano?
Nem sei se sou mais...
Serei um cartaz?
Que perambula pela vida
Procurando guarida
Nesta carcaça que fui eu.
Eu, que era tão eu...

domingo, 22 de novembro de 2009

OPRESSÃO


OPRESSÃO

Mau que machuca,
Que rasga,
que dilacera a alma.
Ferramenta dos carrascos.
Diminui o semelhante,
fingindo não perceber.
Muda o desejo humano,
Trava o  intelecto e
paraliza o saber.
Amordaça a vóz, e
Cala a consciência
Com a extrema obediência.
Opressão.
Choro do coração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CONSCIÊNCIA NEGRA.


CONSCIÊNCIA NEGRA.

Pesquisas geográficas dão conta, que, a Africa foi ligada continentalmente à Amaérica do Sul, em tempos remotos. O Brasil é portanto, irmão gêmeo da África.
Em tempos mais recentes, nós, os brasileiros, voltamos a missigenar a raça, com a mistura de: brancos, índios e negros, surgindo dai esta misselânea de raças que é nosso povo. O negro no entanto, por sua formação genetica, conservou os seus traços, com maior intensidade. Somos hoje mais de 40% de toda população brasileira.
Nossa mãe Africa tem uma influência acentuada em tudo o que se faz, o que se come, o que se veste no país. Nossas mulatas e seus balangandãs, são famosas no mundo inteiro, por sua beleza e elegância . Os rítimos africanos influenciaram sistematicamente em nossa cultura, deixando como legado: o nosso samba, a capoeira, ocandomblé etc.. O Brasil é afro.

Neste dia em que se comemora a CONSCIÊNCIA NEGRA, no ano de 2009, deixo nestas palavras, o meu orgulho e prazer de ser um mestiço de cor e negro de coração.

A PROCURA DE MIM.

A PROCURA DE MIM.


Sonhei que flutuava pelo espaço sem fim
Eu estava perambulando a procura de mim.
De longe via os planetas e todas as constelações
E tudo, era como se fossem filmes, minhas imaginações.
A terra coberta de branco, nada mais se via
O verde e o azul do mar se descoloriam.
O resto, turvo como noite, na imensidão do além
E eu, a procura de mim, não encontrei mais ninguém.

QUEM NOS RESPONDERÁ?

QUEM NOS RESPONDERÁ?


É preciso ver o que anda acontecendo com a engenharia no Brasil. Já estão ficando comuns as notícias de prédios que desabaram; pontes que ruíram; casas que afundaram. O que é isto meus senhores? Onde está a fiscalização do CREA sobre estas obras? Ou será que não podemos mais confiar neste conselho que sempre foi tão respeitado?

O que me deixa indignado é que se um pobre vai fazer um barraco em qualquer cidade do interior, principalmente de Goiás, ele é obrigado a ter o acompanhamento de um engenheiro. Agora me convençam que isto resolve alguma coisa!?

Dê uma olhada na espessura da ferragem daquelas imensas vigas do viaduto do acidente. Será que aquela malhazinha de ferro, agüentará o grande fluxo de veículos pesados que vá passar por aquela via? As vigas, que pesam 85 toneladas e têm 40 metros de comprimento. Elas não se agüentaram sozinhas!

Não se pode entregar para o uso público uma porcaria destas. O Ministério Público tem a obrigação de investigar e dar uma resposta a população. Aí serão consumidos milhares de milhões de reais do nosso dinheiro. Onde está o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo? Será que não viram a porcaria que está sendo construída para o uso da comuna? Aquelas porcarias despencaram de uma altura de aproximada de 20 metros e atingiram um caminhão e dois carros. Um deles ficou totalmente destruído. Três pessoas ficaram feridas. Ainda bem que não morreu ninguém. Já pensaram se estivesse passando por ali, um ônibus carregado de pessoas? São perguntas que merecem respostas. Quem nos responderá?....


VOCE É UM ALIENADO.

VOCE É UM ALIENADO.





Como não viver alienado no mundo moderno? Tudo nos leva a alienação. Exemplo disto é que são as coisas mais simples do cotidiano, por exemplo: deixamos de nos alimentar com sucos naturais saudáveis, para ficarmos na moda ingerindo Coca-Cola, ou coisa parecida que a mídia nos vende; deixamos de comer o nosso sagrado feijão com arroz e salada de verdura, para empanturrarmos nos Pit Dogs da vida, só porque o povo da América do Norte gosta disto. E assim vai acontecendo sucessivamente em nossa vida. Vivemos em função dos que os outros ditam, em todos os campos. Até a música que ouvimos é clicherizada. Os canais de televisão ditam o que vamos ouvir. A moda dita o que vamos vestir, e assim por diante. Nas Igrejas os pastores nos incitam com frases: “levantem as mãos”, fechem os olhos” “diga glória a Deus”, “Gritem mais alto!...”


Chega!.... Quero ser, eu mesmo!... Para ver e falar com meu Deus, eu olho para dentro de mim. Ele está aqui....

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PRELÚDIO DA VIDA

PRELÚDIO DA VIDA.


O homem é um ser de idéias próprias. Conforme vai vivendo, este homem, com o tempo, vai se alto definindo. O raciocínio humano é o que o difere dos outros animais. Sua capacidade de simbolizar tudo que o rodeia, proporciona-o, uma gama infinita de vocábulos, gestos, artes e costumes, que é denominada de cultura. Estes símbolos são passados hereditariamente, contribuindo para o enriquecimento constante da sociedade.

O homem, por isto mesmo, molda o seu perfil. Mas, depende muito, do meio onde vive. Muitas vezes ele é conduzido ou moldado a seguir idéias alheias. Não se pode esperar que um animal seja ele qual for, nascido e criado na Amazônia, seja capaz de sobreviver nas geleiras antárticas. Isto explica o dizer popular, que: “O homem é produto do meio”. Sim, concordo em tese, pois os costumes de que falamos no parágrafo anterior, pode nos trazer bons ou maus conhecimentos.

Desde muito cedo, somos induzidos a obedecer a ordens, sem termos o direito de opinar. Em nossa vivência somos levados a ideologias: religiosas, políticas e até mesmo de ordem social, que temam a nos alienar e amordaçar-nos proibindo-nos de expor as nossas críticas e quem sabe até, nossas teorias, que quiçá, poderiam até, se bem aceitas, tornarem conceitos benéficos de vidas. Como descreve Marilena Chauí em seu livro “O que é ideologia”, p 113 - : “a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é portanto corpo explicativo”.

Daí concluiu-se, que, através dela somos elitizados e alienados ao pensamento alheio. Não devemos levar sempre o nome de bonzinho principalmente em nosso trabalho, enquanto recebemos um salário de fome. Não devemos nos calar, diante da desigualdade social. Não devemos aceitar as formas desumanas de governos, a corrupção, os desvios de finalidades com o dinheiro público. Etc...

Enquanto jovens, não nos importamos, com o que nos possa acontecer no futuro. Este é o grande mau. Pois, ai é que teríamos de fincar bem as nossas raízes ou alicerces, para, com o trabalho e não o fazer, com conhecimento e não por hábitos, edificarmos uma vida tranqüila e planejada. Porém, só quando sentimos que o tempo disparou, ou seja, por volta dos 45 anos de idade, é que, damos conta do tempo perdido. Das grandes asneiras que comumente praticamos, e só ai, abrimos corrida contra este mesmo tempo, na busca de tentar amenizar o impacto da terceira idade. Ai vem os questionamentos: porque deixei de fazer isto? Porque fiz aquilo? O mais sensato a fazer no prelúdio da vida é manter um raciocínio próprio e equilibrado, sempre questionador. Mesmo quando se tem certeza da verdade, pois a verdade jamais será absoluta. O questionamento deve ser feito dentro de você, e só você, deve respondê-lo. Assim você demonstrará que é um humano. Homem de raciocínio próprio, sem se deixar levar por idéias alheias. Só assim você poderá ter o seu momento de paz consigo mesmo, na sua terceira idade.
Escrito por : Almir Ferreira
15/11/2009.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GATUNAGEM NO FUTEBOL

GATUNAGEM CONTRA O FUTEBOL DE PRIMEIRA
Amanheci envergonhado nesta quinta feira.

O juiz de futebol goiano Elmo Resende Cunha, marcou com uma nódoa negra o seu currículo. Foi muito feio o que ele fez contra o Sport do Pernambuco. Assisto futebol por assistir, não sou fanático, estou cada vez mais me enojando do esporte tão bonito de se ver, devido coisas como ocorreram ontem no Palestra Itália. Um assalto descarado, a favor do Palmeiras. Como pode um juiz validar um gol, depois de haver apitado um impedimento e a defesa haver parado. O goleiro Magrão, nem siquer foi na bola, pois, havia ouvido, assim como todo mundo ouviu, o apito do salafrário. Não dá para entender o que passou pela cabeça do goiano. Revendo hoje pela manhã pela internet as imagens da TV Bandeirantes é que fui avaliar o tamanho da desonestidade. O mundo todo ouviu aquele apito, e viu, através dos gestos do juiz levando a mão com o apito à boca. É inegável. O juiz goiano garfou o SPORT.

Parabéns ao Sport, que soube ser assaltado, e saiu de campo, sem arrumar encrenca com os jogadores do Palmeiras, que nada têm com o caso.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

DEDESSA


Em noites  destas chuvosas de setembro
brotou a flor dourada em nosso chão
focos azuis iluminaram a sua face
terna bondade se aflorou  do  coração.

Pele formosa, esbelto corpo feminino,
Este fio-fio que veio a descender de mim,
meiga  menina, deslumbrante silueta,
Bela quando pequena e muito mais bela assim.

É sempre bom tê-la em nossa companhia,
foi por voce que eu me tornei vovô,
É no entanto, duas vezes minha filha
por isto mesmo te quero com tanto amor.

MORDAÇA


MORDAÇA

Aniquila a alma
Fere no fundo o sentimento
Fragiliza a coragem
Cala o eco interior.
Diminui a alta estima
Escraviza o pensamento
Sufoca o grito de paz
Liberta o ódio e o sofrimento.
Mordaça filha do mau
Herdeira da maldade humana
Venda os olhos e tapa à boca
Da humanidade profana.

RESSURREIÇÃO


RESSURREIÇÃO


Neste retábulo onde é exposta ao sacrifício,
Dorme serena a cândida presa com amor
E nasce d’alma reflexos incandescentes
Neutralizando o teu grito e a tua dor.

Grita tu’ alma frente ao espectro imaginário
Ruge tua força na carcaça imolada.
Rompe caminhos nas entranhas do ocaso
E se alivia pondo fim nesta jornada.

Ranca as envoltas e seu corpo resplandece
Na transparência seu espírito é visual.
Frente aos incrédulos flutua rumo ao pai
Deixa este mundo, profano e desigual.

Todos perderam, o DEUS vivo nosso irmão,
Não vislumbraram cara a cara o teu sorriso.
Nestes meus versos mostro a dor que eu senti.
Mas, quero estar, com ele no paraíso.

O NASCIMENTO


 O NASCIMENTO


No horizonte o amanhecer.
Uma vida desabrocha.
Linda cabrocha
Dança em minha imaginação.
Atrás do horizonte clarão
Resplandecendo no chão.
No céu opacas estrelas
Fecundam minha razão
Com uma doce embriaguez.
No horizonte o amanhecer
Meu coração.
Outro ser.

PROPAGAÇÃO


PROPAGAÇÃO


Estrela que ilumina o meu caminho
Conduz-me pelos caprichos desagregados
De minha fértil imaginação.
Faz que tudo em minha volta
Soe como uma canção
Que propaga fluentemente
Sobre o meu EU.

PRESERVAÇÃO


PRESERVAÇÃO


Quero ver este mundo
De uma visão cósmica.
De bem longe...
Mirar...
Mirar o que há de melhor
Pelos sertões,
Caminhos,
Canções e tudo mais.
Ver no mundo, o seu fundo.
sem ferir seu futuro.

IMPOSSIBILIDADE


IMPOSSIBILIDADE

Trago em meu peito
Um forte sentimento
Que me atormenta
E meche com o meu interior.
Sentimento mudo.
Que dói como uma lança
A dilacerar-me.
Que me ceva a um mundo
Onde minha realização
É um impossível extremo.

MOMENTO


MOMENTO


Quando busquei a vida na razão,
Do muito me transformei.
Sem emoção,
Na vida que eu encontrei.
Busquei transformar-me no muito
Para me tornar razão.
Hoje sou eu.
Razão.
Vida.
Transformação.
Aprendi viver o muito
Na fração instantânea do momento.
Ver a vida de outro ângulo.
Em outra dimensão.
Olhei para dentro de mim
E ali estava eu
Em minha razão.

RAZÃO


RAZÃO

Minhas noites.
Meus momentos.
Meus dias difíceis.
Tormentos...
Minha vida de busca
Que me ofusca
E que às vezes me dá prazer
Mostrando-me em tudo que vejo
Uma razão para viver.

FUGA


FUGA


Preciso fugir da angústia.
Fugir da depressão,
Da paixão.
Da voz que clama
E me chama.
Dos versos brancos
Que a vida me faz escrever.
Preciso fugir...
Fugir do clarão do dia,
Da escuridão da noite,
Do frio das madrugadas,
Da insônia infinda.
Preciso fugir...
Fugir das peripécias
Que a vida me proporciona.
Ver com olhos infantis
As cores da vida.
Ver a natureza.
Olhar para o céu.
Contar estrelas.
Fugir da terra.
Aprofundar-me do espaço cósmico.
Deflagrar meu pensamento
Aos quatro cantos
Falar de seus encantos.
Amar sem medo,
Sem segredo,
Eu quero!...

LUAR COR DE PRATA


LUAR COR DE PRATA


Luar, luar.
Céu azul, tão azul...
Quanto ao mar.
A mancha negra de sobra
Feita de nuvem no céu.
Negro véu
Escurecendo a mata
Cobrindo o luar
Cor de prata.

'PARANÃ' ILHA GRANDE

'PARANÃ' ILHA GRANDE



As pedras sobressaem
Às quedas salpicantes das corredeiras,
No ajuntar das águas:
Do braço esquerdo e direito
Perfazendo a Ilha Grande.
Verdes águas do Paranã.
Águas profundas do Jaú.
Raseiras das Papa-Terras,
Do Acari, do Pacu.
Navegar silencioso,
Que corta as pedras
Que o atrapalha no seu curso
Até o Porto Real

LUZ


LUZ


Na fresta de luz que passa
Além da vidraça,
Aquece a copa.
Reflete o lilás
Que forra a cadeira.
Faz rachar a madeira
E me deixa incapaz.
Meu raciocínio se fecha
Pela poluição sonora,
Pelo calor que aflora
E o deflora
Pela fresta de luz
Que com a lente redobra
E me seduz.

NÃO SEI


NÃO SEI


Por onde busco a canção
A rima, a imaginação,
Não há caminho.
São labirintos
Que apenas os instintos
Podem-me conduzir.
De onde vem esta busca
Eu também não sei.
Para onde tende a saga verei.
No desembocar do rio,
Na maré que se quebra,
No talhado da serra,
Na flor que perfuma,
Na trilha que sigo
E me ruma
Ao infinito.

MEU TEMPO

MEU TEMPO.



Sombras que ocultam
Os reflexos de minha mente,
Sopram frias,
Levando-me a flutuar.
Flutuo...
Flutuo e espero
O meu tempo.
Que o vento não leva
E não nega,
O direito de minha razão.
Meus reflexos,
São o meu modo de ver o meu EU
No simples viver.

PRECE ECOLÓGICA


PRECE ECOLÓGICA

SENHOR...
Pai do mato verde.
Pai do rio, da serra.
Pai dos homens de paz
E daqueles que fazem a guerra.
SENHOR...
Que acende o sol.
Que dá brilho na lua.
Que faz crianças felizes
E infelizes de rua.
SENHOR...
Dos maltrapilhos
Dos ricos e afortunados.
Dos que se lambuzam de mel,
Ou, de fel são lambuzados.
SENHOR...
Este pobre ser que a tudo vê,
Sem ter força nem razão,
Abrandai o mundo e seu povo,
Peço-lhe nesta minha prece,
Escrita com o meu coração.

AMANDAR



AMANDAR

Quem ama a menina AMANDA
Demanda a manha da menina amada.
Amada como a menina AMANDA
Só a pessoa por AMANDA amada.
Quem ama os brotos de AMANDA
Ama AMANDA também.
Conquista os que amam AMANDA
E de AMANDA o querer bem.

CIDADÃO DO PASSADO


CIDADÃO DO PASSADO

Minha vida é cheia de alterações.
Sou simples.
Descomplicado.
Às vezes implacável
Em minhas opiniões.
Prefiro ouvir que falar.
Canto às vezes para não chorar.
Finjo ser feliz, muito embora,
Sinta-me totalmente triste.
Contento com o pouco.
A abundância enfada-me.
Sofrimentos alheios ferem-me.
Gosto de fazer
Que os outros sejam felizes,
Mesmo que me custe caro.
Sou um cidadão comum
Do século passado.

POETE


POETE


A sabedoria poética é ciência
Que não se conquista.
Nasce.
Cresce.
Desenvolve-se.
Sabedoria poética é dom.
É glória.
É harmonia.
É meta
São versos do poeta.

O RIO


RIO


Enfadonho curso.
Navegar calmo.
Devagar.
Liso.
Livre.
Quedas salpicantes.
Tororó.
Borbulha e desce
Em seu navegar.
Só...
Traçando curvas.
Cortando montanhas.
Desenhando caracóis
Por planícies e florestas.
Matando a sede.
Banhando donzelas
E as sujeiras do mundo.
Extenso...
Rumo ao mar.
Medonho navegar.

ESCRITA


ESCRITA


Voz do coração
Bem pronunciada.
Autêntica escrita cefálica,
Que gravam coisas divinas de belezas literárias.
Que me ensina
A ler o meu interior.
Que me faz descansar.
Que espalha dentro de mim
Riquezas sem fim,
Por onde circulam
Baluartes implacáveis,
Mas, que enriquecem meu ser.
Que me ensinam a retirar de tudo,
Um delicioso prazer.

VENTANIA


VENTANIA


No telhado
Sibila o vento.
Lá fora, relento.
Sem dialogar, ouço o seu soprar.
Invisível tormento.

No telhado, sibila sedento,
O vento.

CARISMA


CARISMA


Por mais penosa
Seja sua dor,
Prossiga...
O sofrimento purifica-o
Mostrando a força suprema.
A vida o espera.
Lute!...
Confiança em si,
Em tudo que você possa fazer.
Sem pessimismo.
Não deixe que abismos
O faça esmorecer.

PROCURA-SE UM LAVRADOR


PROCURA-SE


“Procura-se um lavrador”.
Em breve veremos este anúncio.
Onde foram estes bravos homens?
Correram em sua maioria,
Para as periferias
Das grandes cidades,
Levados pela maldade
Do latifúndio cruel
Montados por empresários
Ricos, milionários,
Que a terra nunca amanhou.
Que a torna improdutiva
Somente para especulação.
Retiram dali as famílias:
Lavradores, mulheres.
Prostituem suas filhas.
Obrigam-nos a emigrar
Não se sabe para onde.
“Procura-se um lavrador”
Deixe-o ceifar o chão!