TERAPIA DA ALMA.
Dentro de mim, há um vazio...
Neste vazio, um ponto negro bem no centro. Eu Estou ali.
Olho para os lados e só consigo ver a brancura deste vazio, que é como se fosse neve. Por mais distante que seja o imaginável horizonte, ele também tem a brancura do vazio e se confunde com esta brancura.
Minha alma, que também tem a mesma brancura, se desagarra de mim e vaga pelo vazio procurando encontrar outro ponto de referência que não eu. Fico desalmado a contemplar aquele voou perdido pela brancura do vazio. Não encontrando nada ela volta e se apossa novamente de mim. Ao ser possuído por ela, passo a atrair a brancura do vazio que penetra-me pelas órbitas oculares e aos poucos me torno tão branco como a brancura do vazio. Não mais me vejo, somente me imagino.
Ao familiarizar-me com a minha brancura, vejo que existem outras imagens tão brancas quanto a mim. E elas são centenas de milhares. Não falam, assim como eu, porque contemplam a brancura do vazio. Não ouvem porque não existe som. Não conseguem se verem, porque a brancura do vazio não as deixa propagar sua imagem. Mas elas existem e eu as sinto próximas a mim. E eu estou aqui... Procure-me neste vazio que haveremos de nos encontrar. Procure-me... Procure-me...
Por Almir Ferreira
04/06/02.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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