Eu guardo do velho carro,
As rodas de sicupira
Do rancho guardo um esteio
Da taipa guardo a embira
Uma panela de ferro
Da minha mão ninguém tira
Que o velho pai me deixou,
Legado da minha vida.
Dependurado em um gancho,
Tem outras recordações
As cangas, de curvas polidas...
De viajar pelos sertões
Os canzis e suas brochas
Como se fossem brasões
Lembrança da dor no peito,
Saudade, recordações.
Do engenho de moer cana,
Uma moenda quebrada
Os cochos apodreceram,
Fornalha foi desmontada
O pátio virou capoeira,
Canavial virou nada
“Ramalhete e Gabinete”
Viajaram na boiada.
São restos de um tempo bom,
Que jamais hei de esquecer
E que a criança de hoje,
Tende a não conhecer
São prisioneiros de casa
Sem nunca ser condenados
Só conversam com as máquinas
E a elas são alienados.
Eu também viajei mundo
Conheci outras paragens
E belezas que o homem fez
Com a sua sabidagem.
Mas nada é como sertão
Artes que Deus fez a mão
De inigualável beldade.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
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