Direitos Autorais (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 )

Todo os escritos aqui editados, são devidamente registrados e fazem parte de obras deste autor. Voce poderá, no entanto, copiar e reproduzir, desde que mencione a fonte.

sábado, 8 de dezembro de 2012

A COVA.


A COVA. (24/03/81)

 Imóvel curvo numa bolha d’água
Germina o fruto original
De uma cova fértil e amadurecida
Símbolo vivo e universal.

Desenvolvendo rasga-lhe as entranhas,
E seu conforto procura ter,
A Cova sente dores profundas,
Mas, aquenta viva, para fazê-lo viver.

Cresce ainda, e já se meche,
Empurra os pés tentando estourar,
A bolha d’água que é seu leito,
E a razão do seu germinar,

O tempo passa e lá está ele,
Na escura bolha a se recompor,
A Cova quer decididamente,
Que ele nasça para dar-lhe amor.

A Cova sente fortes contrações.
Rompe-se a bolha eis o despontar,
Abrem-se as portas de uma nova vida
Apontam as mãozinhas querendo apalpar.

No entanto, estranha o pequeno ser,
O lugar seco onde foi cair,
Esperando afeto, recebe palmada,
Começa a chorar ao invés de rir.

Sua Cova o quer no colo
Para com carícias dar-lhe amor
Já se esquecendo de que em minutos antes,
Ao dar-lhe a vida  quase morreu de dor.

A Cova segue então a vida,
Para dar mais vida, a quem fez gerar,
Vendo crescer o imóvel curvo,
Dando-lhe seu sangue para alimentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário